O amor se entregou em silêncio na cruz.
Na última sexta-feira (18/04/25), vivemos um dos momentos mais intensos e silenciosos de toda a nossa fé: a Sexta-feira da Paixão do Senhor. Foi o único dia do ano em que não houve Missa, pois a Igreja se manteve em profundo silêncio e reverência diante do mistério da morte de Jesus na cruz.
A celebração começou de forma comovente: o frei Rinaldo entrou em silêncio e se prostrou diante do altar, gesto que expressa a dor e o peso daquele dia. Em seguida, ouvimos com o coração tocado a proclamação da Paixão segundo São João. Cada palavra nos conduziu ao Calvário, onde Jesus, injustamente condenado, foi crucificado. Ele não fugiu. Ele se entregou por amor.
Depois, vivemos o momento emocionante da Adoração da Santa Cruz. Um a um, os fiéis se aproximaram para tocar, beijar ou se inclinar diante da cruz — não como um objeto de dor, mas como símbolo de salvação. Naquele madeiro, estava o maior ato de amor que o mundo já viu.
Também foi feita a oração universal, onde a Igreja reza por toda a humanidade: pelos cristãos, pelos que não creem, pelos governantes, pelos que sofrem… Foi uma corrente de intercessão que abraçou o mundo inteiro, unida à cruz de Cristo.
Ao final, o Santíssimo Sacramento foi trazido e distribuído aos fiéis, em silêncio, sem a alegria habitual da comunhão. Era o Corpo de Cristo crucificado, que se fez alimento mesmo na dor.
A Sexta-feira Santa nos lembrou que a cruz não é o fim, mas o começo da vitória. Que o silêncio pode falar mais que mil palavras, e que o amor verdadeiro é aquele que se doa até o último suspiro.
Que esse dia continue ecoando em nós:
“Tudo está consumado.” (Jo 19,30)
Sim, Jesus completou sua missão. Por mim. Por você. Pela salvação do mundo.